Que eu seja para sempre tua,
Fazendo e desfazendo
Indo e vindo como as marés!
Que sejas tu meu colo
De mariposa louca
Onde possa arder esta lava
Que me consome alvoradas
E toda a nossa casa uma fogueira
Dessa paixão onde ouso morder
Tua boca
Em vez da poesia…
Seja eu tua mulher e tua menina,
Teu demónio e tua estrela cadente
Rebolando-me em teu corpo peregrino!
Seja eu mais que uma amante,
Amiga
Cumplicidade nas asas do condor…
E quando eu, candelabro em estilhaços
Entoar minha lúcida loucura,
Que venhas e me amparando me faças sorrir
Uma e outra vez
Rodopiando Amor comigo pelo chão do soalho
Pendurando-me flores nos cabelos
Até me despertares,
Porque eu sou a maré que ansiamos
E o tempo é a cópula
De nos possuirmos
Sem passado ou futuro.
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© Célia Moura
© Célia Moura, a publicar “No Hálito de Afrodite"