|
Enviado por | Tópico |
---|---|
Margô_T | Publicado: 16/07/2016 10:04 Atualizado: 16/07/2016 10:04 |
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
|
Re: Amor. Dirias Tu.
Um poema misterioso onde qualquer interpretação me parece redutora já que o que mais me importa nestes versos é o modo como este poema me fala de um outro poema entranhado na pele de quem escreve o primeiro.
Um poema esconde-se em “gavetas mofentas”, mas que dizer do poema que se guarda na pele?... Apagar-se-á, de facto? “insónia” é uma palavra que se prende a este poema gravado na pele, a este poema que vive na própria pele, escrita no “nu visível”, na “métrica beijada”. Pergunto-me: será o amor esse poema que fica na pele? essa “matéria viva” que nos transforma? (pergunto sem querer saber respostas, para deixar este tom de segredo a sobrevoar-me a imaginação) Pouco sei deste poema para além de que não o apagarei tão cedo da minha memória. Um poema de “seiva”, de “vida”, que se confunde com a própria pele de quem o escreve, que se derrama, expondo-se, ao mesmo tempo que se oculta, “inefável”. A “mudez nocturna” tem muitas vozes. Nem todas se escrevem. Mas esta que aqui escreves devolve-te a pele. Porque não há gaveta que acanhe tamanha voz. |