Solitário adentra triste, pensativo
pela floresta; pobre plebeu...qual o motivo
da ingratidão do mundo, ao destino seu?...
Pensa, como seria diferente se sua princesa
não fosse presa de sua própria realeza;
e viver pudesse o amor que lhe oferece, seu pobre plebeu!...
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Voam livres os pássaros, da floresta pela imensidão!...
Livre é o rio; livre é o vento sem rumo certo, sem direção...
Porém o destino, liberdade para amar, não lhes concedeu...
Pois vive ela em palácio, pela nobreza, cercada...
Ah...como quisera, pela riqueza, não ser aprisionada;
e viver o amor (seu maior valor) do pobre plebeu!...
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Almas generosas que ao Imperador devem lealdade;
à triste princesa, em segredos, são coniventes em cumplicidade
(pois sabem que ninguém, algo mais lindo que o amor; jamais conheceu)...
"Vá princesa" - dizem eles; "rompe essa barreira, rompe essa muralha;
que exige a realeza ; e que a beleza de viver o amor; só vos atrapalha;
como ave livre; os rios; os ventos; entrega-te aos sentimentos desse teu plebeu!"...
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"Amo-te" - diz ela; "embora, tenho que ser breve;
sabes que por força maior; filha de imperador, não deve
desobedecer ordens superiores...meu Deus...que horror!"...
Oferece-lhe os lábios de morango; seio palpitante;
de repente, dois corpos se transformam em um, naquele instante:
o amor, concedeu à princesa e plebeu...O AUTOR DO AMOR!...
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"Antes que te vá" - diz ele; "eu necessito pedir-te, um favor:
há bem longe do palácio e de toda a riqueza; um povo sofredor;
pede ao "todo poderoso" teu pai, que olhe a realidade crua e dura
desse povo humilde do qual os poderosos vivem ( e muito) às custas;
e que é castigado por "leis" arbitrárias, desumanas e injustas;
os erros, por eles cometidos; são terem nascidos com a pele escura!"...
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Amo-te" - diz ela; "embora, tenho que ser breve;
livre para amar-te, não sou; porém meu coração se atreve!...
E mais me atreverei, pois sei que meu pai, dos nobres é o menos tirano...
Sei que um dia há de entender o imenso amor que por ti, me invade;
e me concederá de amar-te a tão sonhada liberdade;
e da escravidão a soltura; de teu povo de pele escura...pois ele é humano!"...
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Volta ao palácio a linda princesa
prisioneira de sua realeza!...
Não será seu pai contrário às suas vontades e destino seu;
pois, é dos nobres, o menos tirano...
Ao povo sofrido, dará liberdade, pois também, é humano;
fim da escravatura; fim da amargura de não poder casar-se com o seu plebeu!...
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No alto dos céus há um Ser Supremo que se chama Deus;
e que não impõe distinções entre os filhos seus...
Fez com que o Imperador decretasse o fim do horror;
decretou o fim da escravatura do povo de pele escura;
e com o plebeu, deu consentimento para o casamento
à filha querida, por ordem DO AUTOR DA VIDA; O AUTOR DO AMOR!...
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(GERALDO COELHO ZACARIAS)