Sinto no peito o coração abafado,
Tornando mais medonha a noite feia!
O pensamento chega e logo salteia
Em ideais que me mantêm acordado.
Desfaz-se o sonho gentilmente irado,
Como pegadas limpas pelo mar da areia!
A suavidez de uma voz que ecoa e vozeia
Por entre silêncios que me deixam atordoado.
Amanhecer acordado eu aceito,
Nem sinal da noite e de sua feieza!
Caio no sono mas não no sonho afeito
Aquele que me desnuda com tua nua natureza,
Que reacende em brasa luzente o frio peito
E me faz enxergar até a feiura com mais beleza.