Eu te amo. Mas não é puramente verdade. É que eu te amo com aquele amor da humanidade, aquele amor que gente boa ama o seu semelhante. Essa é a primeira camada. A segunda camada é a vontade que tenho de ter você mais íntimo. Explorar cada pedacinho do teu corpo com qualquer que seja a parte do meu corpo. Ter você em camadas sobre mim. É isso. É uma vontade tão grande que eu faria qualquer coisa para realizá-la, até dizer que te amo. De outro jeito, do jeito mais sério, essa segunda camada. E talvez eu ame mesmo, mas não posso confirmar. No momento não sei discernir o que é uma obsessão do querer ter não importa como, onde, e por quais razões e o que é amor. Amor é isso? Você não sabe. Você provavelmente não sabe ou vai me dizer que não sabe porque é bastante confuso mesmo e essas coisas de sentimento te dão um nó na alma. Não é isso? Eu gosto da tua alma, dos nós que você dá nela e do olhar absorto que resulta naqueles que sabem dar nós na alma. Uma vez eu te cheirei enquanto você dormia e meu nariz nunca mais te esqueceu. Eu te lembro pelas narinas, mas queria tê-lo em meu paladar. Eu queria comer você.