Tá no brejo - Lizaldo Vieira
Tudo remando contra as aguas
No descanso da maré
Enquanto dormem zés e marias
No balanço do maremoto
Tudo tá atoleiros
Enfiados corpo e alma
No lamaçal do mangue
Só cavalos e vacas de presépio
Não ouvem nem veem
O que boi de piranha reclama
Na travessia do pântano
A sujeira tá grande
Dando no pescoço e na cara
Cotovelos e botecos
Falam tudo ás claras
Da fedentina que exala
O atoleiro encharca
Barracos e palácio
Só apaniguados e capachos
Ignoram e aplaudem
A podridão
Puro puxa saquismo
De doce ingenuidade
Que a tudo sofre
Cala e paga
Sem nenhum inconformismo
Por latente desinformação
A saúde e educação
Perderam o rumo
A cidadania enfiou-se
Na marcha ré
Roda gigante e cidadania
Rolando
Sem prumo
Nem rumo
Ficando ao deus dará
Quem sabe se um dia
Tudo possa mudar
Com revoada de gente
E bons ventos
Quando tudo será cobrado
Nem que a vaca tussa
Ou o mar invada o sertão
Do são Francisco
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...