Quando abrimos os olhos para este mundo...somos recebidos por uma luz que em muitos casos, é uma luz de amor chamada mãe.
Que nos acarinha, protege, defende ...e ama mesmo quando não fazemos o percurso de vida que ela traçou sonhou, desejou , ambicionou...
Trazemos dentro de nós um coração.
Um coração que nos primeiros anos de vida tem uma forte ligação à família... à mãe...
Só que o corpo vai crescendo, e o coração caminha junto...e outras luzes vêm em nossa direcção, amores desmedidos, amores que nos parecem eternos. Cada vez nos vamos afastando mais da luz inicial...ficando muitas vezes meio perdidos...
Ao longo da vida vamos conhecendo tantas coisas , delineamos tantos sonhos, vivemos o presente inventamos o futuro...algo tão desconhecido que não sabemos se vai acontecer porque a vida é nossa mas não nos pertence. Somos poeira ao vento que nos arrasta para lugares mágicos , para lugares de medo, e sentimo-nos frustados como água entre os dedos...que escorrega....pensamos nas razões, nas perdas da vida, na infância , nos ideais que tivemos e perdemos, nos caminhos que nos dividem ....
Por mais só ou triste, que a nossa alma se sinta, há sempre uma luz na nossa direcção que nem sempre conseguimos vislumbrar porque temos os olhos encharcados de lágrimas e tentamos proteger o nosso coração com grades bem fortes para assim não entrar amor nem dor, tristeza nem alegria, encantamento ou desilusão...como se fosse possível tornaram-nos insensíveis aos sentimentos que abundam em cada canto em cada esquina...
Dentro de nós existe um coração que bate por outro coração...que bate por outros amores...por pequenas coisas....
Quando o coração deixar de bater não é só a morte física que nos arrasta , é também a morte em vida de um ser que deixou de ter sentimentos!
Um coração que bate...com força, solidão e ternura como uma pétala suave...
E.L.
2006/25/12
E.L.