Vejo bem ao longe uma linda andorinha
Pensei comigo onde ela iria
Poderia ela voar para um novo lugar?
Ou que, apenas fique ali, quietinha,
Colecionando calor com suas peninhas
Para ela, qual seria a definição da vida?
O que ela pensa ser ou não uma rotina?
Será que ela vive com uma filosofia?
Qual é o medo daquela pequena avezinha?
Poderia ela também sentir alegria?
Talvez, como eu, ela não se apressa para o fim.
Imagino se ela sente o controverso "amor"
Se ela conversa com o beija-flor,
Se ela sente algo além da dor
Será que o abandono fere ela?
A solidão é de conhecimento dela?
Eu me deixo levar por essas deduções,
Eu tenho várias formas de interpretações,
Que explodem de hipóteses, feito erupções
E a andorinha fez-se um singelo símbolo
Uma pequena amiga concedida pela natureza,
Que faz com que meu coração sorria
A tranquilidade pousa sobre mim ao vê-la todo dia
Pois ela cria uma brisa que me alivia
Fazendo com que eu sinta uma paz que antes não existia.
Penso que ela talvez esteja ali para me acalmar
E eu almejo que ela fique assim,
Que ela não vá voar, que ficará perto de mim
Quem sabe ela me faça flutuar em uma maresia?
Quem sabe eu melhore de humor,
Se caso eu estiver sofrendo, sentindo dor
Ficarei então sentado aqui,
Indagando como ela me faz sorrir
Mas sem me importar, afinal sinto-me feliz
Uma felicidade sem fim, firme como o marfim
Observando ela, eu só enxergo os "sim"
Os "não" são fictícios, tudo é possível
E meus nervos ficam tranquilos
Acabo, por alguns segundos, me tornando um ser pacífico.
Aquela pequena criaturinha me anima,
Como pode?
Ao admira-la, eu dou as costas para a rotina
O importante será o meu aproveitamento nesses segundos
Degustar de uma brisa suave e agradável
Sem sentir o vento impuro da cidade
Espero que quando chegue o turno noturno,
Eu esteja relaxado como estou agora
Mas o mais provável é que,
O que sinto agora torne-se meu passado
Uma maravilhosa e calma memória
A andorinha voo e foi-se embora.