O Convidado
Dois toques na porta. As pessoas na sala, cada uma fazendo uma coisa diferente, assistindo TV, lendo no celular, outro folheando revista não se preocupam, ou não ouviram quem estava do outro lado da porta. A empregada surgiu limpando as mãos, deu uma olhada de desprezo à cada um, abriu a porta, sorriu para o homem com um buquer de rosas em baixo do braço e uma maleta na mão.
Ele caminhou em direção de cada pessoa na sala, apertou a mão de cada um que o corresponde com sorriso e atenção. A empregada entrou pela porta de onde tinha saído, em segundos a dona da casa de avental dirigiu-se a ele de braços abertos, recebe as rosas, convida-o a se sentar. Conversam por alguns minutos, ela pede licença, volta para a cozinha.
Todos os filhos não largaram o que faziam. De vez em quando um dizia alguma coisa para o convidado,mas o assunto acabava e a filha mais nova ainda não tinha chegado.Um rompe e diz--É Maria que não chega:---Bem lembrado--Disse a dona da casa indo em direção aTV e desliga-o:--Maria deve ter se esquecido, vamos pra copa comer senão a comida esfria. Cada um dos filhos arrastou a cadeira e saiu correndo, a senhora se desculpando acompanha o convidado, ao passar perto do vaso com as rosas, dá uma ajeitada nos caules.
A mesa posta continha muitas iguarias,carne de quatro tipos diferente.Cada filho ocupou o seu lugar, à mesa,mas ninguém se serve. O costume era: ninguém Poderia se servir antes do convidado, ele achou estranho, mas se levantou e começou a se servir. Colocou o feijão no prato, a coxa de frango, pôs o arroz tapando a coxa e o que havia nas panelas e a sobre coxa por cima. Sentou-se sob os olhares interrogativos.. Em questão de segundos, todos já tinham os seus pratos em mãos. O último irmão encheu o seu prato, chegou ao frango mexeu, mexeu e gritou: Quem pegou a outra coxa? Maria vai comer o que? Todo mundo sabe que uma coxa é minha, a outra de Maria. Ficou um silêncio absurdo por alguns segundos. Ninguém se acusou, o convidado ficou tentando comer a coxa puxando-a por debaixo da comida.
FIM
( É o meu primeiro conto)
Camuccelli.