Sonetos : 

Punhado de Cinza

 
Eu sou o punhado de cinza esparso ao vento
que a longitude da vida abandonou
na brancura terna, plácida do tempo,
quando o teu amor tristemente me deixou!

E quantas lágrimas em meus olhos por fim!
Ninguém mas viu brotar dentro do peito
e ninguém as viu cair dentro de mim,
afogado no silêncio do meu leito ...

Trago uma sombra profunda em meus olhos,
um vulto, uma noite, um triste entardecer,
vago e manso, que muito me põe a padecer!

Há gritos no meu corpo, tantos, tantos molhos ...
É quando a tua imagem vem poisar sobre mim
e tantas lágrimas em meus olhos por fim!


Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
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