CORDEL EM SEXTILHAS.
Nesta tarde o João de Barro,
Entrou com uma petição,
Na respeitosa comarca,
Do magistrado gavião,
Para que faça um processo,
De pronta desocupação,
Seu ninho foi invadido,
Por um tal de periquito,
Um sujeito arrogante,
Somente por ser bonito,
Mas não pode se apossar,
Da sua única moradia.
Montado os autos então,
O magistrado convocou,
Testemunhas visuais,
Que comprovem este horror,
E logo vieram as provas,
O inquérito caminhou.
O cancão que é experto,
E oficial de justiça,
Levou a intimação,
Para o lorde periquito,
Que chamou seu advogado,
O temoroso sibito.
Chegando na audiência,
O sibito de gravata,
Disse eu exijo respeito,
A quem domina os fatos,
Meu cliente é posseiro,
E tem direito ao comodato.
O juiz bateu as asas,
Disse sou quem arbitra,
A sessão em andamento,
E não o Dr. sibito,
Cumpra a ordem de despejo,
Este é o único veredito.
O João de Barro aliviado,
Foi avisar sua companheira,
Que não se preocupasse,
Com aquela simples besteira,
De ter a casa tomada,
Por um ilustre forasteiro.
Citado o Periquito,
Voltou sem ter opção,
Juntou os seus cacarecos,
Disse adeus à vizinhança,
E foi morar bem distante,
Numa gruta de barranco.
A paz voltou a reinar,
Naquele mundo amistoso,
O ninho do João de Barro,
Ganho João de Barros novos,
Sua família aumentou,
Foram todos vitoriosos.
O magistrado Gavião,
Requereu aposentadoria,
Tomado de alegrias,
Por resolver esta questão,
Foi algo bem parecido,
Como o nosso mensalão.
MJ.
Enviado por Miguel Jacó em 06/04/2017
Código do texto: T5963524
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Miguel Jacó