Ser poeta é meu fado
é tristeza, é solidão
talvez seja um cansaço
a caminho do coração.
Desisti de saber quem sou
nesta viagem errante
e não saber aonde vou
faz de mim um viandante.
Vou dormindo o meu destino
embalando a dor no peito
como a vida d'um menino
recém-nascido, no leito.
As coisas são como são
e aceita-las sendo assim
é sofrer de mão em mão,
chorar, chorando só por mim.
Ricardo Maria Louro