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A DANÇA DA VIDA

 
A DANÇA DA VIDA

Amaciei as palavras difusas
Que rolaram pelos meus dedos esguios
Afaguei cada sílaba na penumbra da minha sede.


Geometricamente alinhadas
Falam de ausências silenciando medos
Calcinados pelo tempo...


Casas a corar ao sol e esfregonas a lamber o chão
Repletas de sonhos incompletos e paredes vazias
Com olhos de águia como que revivendo vidas
Embrulhadas pelo vento,
Rasgando o espaço perpetuado pelo som agudo das feras.


Em cada prateleira tudo permanece estático
Em contraste com o rodopiar das gentes
Entrando e saindo como folhas de outono
Varridas pelo tempo na dança da vida...


O gesto se faz canção que chora e sente
As multidões caminham e todo o universo palpita
Entre o bailado do sol e da lua,
Que geme ao som do teclado que nunca deixa de tocar
No frenesim saltitante da música folk.


A nudez da minha pele mistura-se
Com o palpitar das emoções
Timbradas em papel mata-borrão.
Uma audaz fantasia persegue-me
Delineando cada passo ondulante no asfalto negro
Que marca o limite entre a realidade e o sonho.


Será que posso levar-te ao jardim do outro lado do espelho
Antes que a noite se dilua no tempo e a voz
Se perca pelos caminhos?

Manuela Matos


Escrever é uma terapia...

 
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neliaxp
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