Poemas : 

Exercício Poético (Do Tempo Lento)

 
O tempo abranda lento
As mãos nuas tremem
Cruzadas sobre o peito
Escondem-se do frio
Da vida por um fio
Impura sem defeito
Céu sem nuvem
Ao vento

Noutros olhares ignorados
Os olhos cedem ao desejo
Param rebeldes
Frenéticos e fúteis
Entre lágrimas inúteis
Choram humildes
Num ensejo
Indignados



A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
atizviegas68
Publicado: 26/03/2017 09:24  Atualizado: 26/03/2017 09:30
Usuário desde: 09/08/2014
Localidade: Açores
Mensagens: 1538
 Re: Exercício Poético (Do Tempo Lento)
O tempo chega pausadamente às "(...) mãos nuas" e estas "tremem" e "Escondem-se do frio" uma sensação de finitude.
A palavra "frio" associada às "mãos" e ainda associadas a "Cruzadas sobre o peito" provoca uma sensação terrifica!

Na segunda estrofe a sensação de que tudo é dispensável e desprezível em "olhares ignorados" e "Entre lágrimas inúteis", no entanto, a indiganção surge como condição para a existência.
Gostei muito da sensação de efêmero que li.
Obrigada.

Um abraço