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BORDA DA MATA

 
Tags:  SONETOS 1994  
 
BORDA DA MATA

A estrada que margeia o arvoredo
Guarda o hálito de névoa d'alvorada,
Enquanto à sombra eu sigo caminhada
Sem o sol que castiga desde cedo.

Na grota, o rio cai sobre um lajedo,
Murmurando-se a canção encachoeirada,
Que faz ouvir de longe na jornada
Por terras onde corre cheio e ledo.

Se cruzo esses sertões de canto a canto
É por sempre querer de seu encanto
Ao longo de meus dias n'esse mundo.

Eu olho e vejo cada vez mais longe
Certo de que a vereda sempre alonge
O fim d'esse chão d'onde sou oriundo.

Tumiritinga - 09 07 1993


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
Autor
RicardoC
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