BORDA DA MATA
A estrada que margeia o arvoredo
Guarda o hálito de névoa d'alvorada,
Enquanto à sombra eu sigo caminhada
Sem o sol que castiga desde cedo.
Na grota, o rio cai sobre um lajedo,
Murmurando-se a canção encachoeirada,
Que faz ouvir de longe na jornada
Por terras onde corre cheio e ledo.
Se cruzo esses sertões de canto a canto
É por sempre querer de seu encanto
Ao longo de meus dias n'esse mundo.
Eu olho e vejo cada vez mais longe
Certo de que a vereda sempre alonge
O fim d'esse chão d'onde sou oriundo.
Tumiritinga - 09 07 1993
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.