A FOTO DO MEU AMOR...
(Alex Sandro de Lima Silva)
Às vezes a criatividade como um pássaro voa e me abandona.
Me deixa a deriva no meio de um oceano de dúvidas.
Desalentado, sozinho, perdido em pensamentos, o desespero vem à tona.
Mas minha teimosia, minha inquietude, me traz lembranças devidas.
Então volto a rabiscar o papel amarelado do caderno.
Escrevo pequenas frases desconexas, sem valor.
Mas mesmo tentando, não tenho sucesso no verso.
No meu celular fito uma imagem, a foto do meu amor.
Os olhos castanhos claros do meu amor me fitam com doçura.
Encho-me então de coragem e avanço nas folhas velhas de papel.
Escrevo... escrevo... com diligência, e ao mesmo tempo com ternura.
Constato então, ao olhar mais uma vez pr'aqueles olhos cor de mel.
Que não é da criatividade que necessito, nem do talento para criar.
Pois a criatividade é traiçoeira e sempre me abandona, e o talento nada significa.
O que move o verso é o amor, verdadeiro e simples, forte para inebriar.
Assim me alegro, pois guardo no meu peito esse ardor que não se explica.
Esse amor que não se mede, não se pesa, apenas sente, apenas ama.