Soneto da mais profunda desilusão
E disse-lhe eu, cravando em seu olhar profundo,
O meu olhar opaco, que luz não refletia:
Por onde anda o amor que tu juraste um dia
Que seria só meu enquanto houvesse mundo?
Bem sei que vais partir, sinto-me um moribundo,
Que o estertor retém em sua garganta fria,
Que por ti tudo fez, e muito mais faria....
...nada disse; e eu quedei-me ali meditabundo.
Sentindo-me afundar como um gusano imundo
No Paul pestilento que escavei um dia,
Por crer que o amor profundo que existia
em mim, era apoiado em seu amor profundo,
Que se foi, e é hoje o pântano nauseabundo
Onde afogo minha vida, a paz, a alegria,
Mestre Egidio