Do alto desta altura imprópria, esta esculpida vertigem
Moldam-se os prédios, as ruas, os passeios à cidade
Moldam-se os rios às barragens, a sua liberdade às margens
Moldam-se os homens à verdade.
Molda-se o barro, moldo o eu.
Nesta altura imprópria estou só como convêm ao mundo
E nele, o meu, tudo se molda num desencontro de vontades
Ainda que não me veja só, no alto excessivo desta altura
O mundo, olhando-me com todos os seus olhos, não me vê
Na altura quando só vou-me moldando, rudemente, à realidade.
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.