Navego no vago oceano das palavras
Que borbulham em minha alma tão sutil
Na terra-mãe, que me pariu em sua lavra
Plantei flores d'orvalho ao mês de abril...
Eu quero o vaso primitivo do meu berço!
Aquele que muitas noites, mamãe embalou
E perfumada alma, corpo e creio...
Que desta flor queixosa meu peito achou!
Um ramalhete forte em flor vivente
Ganhei do meu berçário à ternura
E quis levar às mãos sobrevivente...
A alma, que o passado em vil tortura
Se creio que o meu mundo é somente
Um vago vaso incluso às loucuras!
(Ledalge,12/03/2008)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)