Homenagens :
JAX, escritor-cartunista, com diplomacia se destaca na arte literária
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Autor Fernando Jacques de Magalhães Pimenta, publica sob o pseudônimo JAX, nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 2 de junho de 1952
Filho de Jacques da Costa Pimenta e Malvina Magalhães Pimenta
Neto do cidadão português Fernando da Costa Pimenta
Formado pelo Instituto Rio-Branco, do Ministério das Relações Exteriores (Diplomacia) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Direito)
Mestrado de Ciência Política, Universidade George Washington, EUA
Exerceu funções do Serviço Exterior brasileiro em Luanda (1976-77), Washington, DC (1978-82), Bruxelas (1990-93), Montevidéu (1993-95), Montreal (1999-2004), Vancouver (2007-11), Assunção (2011-16) e São José (2016-...).
Autor dos livros Traços e Troças (2015) e Ibitinema e Outras Histórias (2016).
Apreciador de cinema, música, literatura e HQ.
“Além da criação de personagens e situações, a prática literária oferece-me oportunidade de comunicar-me com outras pessoas. Essa possibilidade de comunicação foi especialmente importante na infância e na adolescência, dada minha relativa timidez.”
Boa Leitura!
Escritor JAX, para nós é uma honra contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita literária?
JAX - Sempre gostei muito de ler e, desde as primeiras leituras, sentia vontade de também produzir minhas próprias histórias. Ainda assim, demorei a pôr em prática esse projeto de escrever. Inicialmente, meu passatempo resumia-se a desenhar histórias em quadrinhos. Comecei a fazê-las e a criar meus personagens já a partir de uns cinco anos de idade. No caso da literatura, os primeiros textos surgiram na adolescência. O pioneiro, uma crônica intitulada Sonhos de Rei, data de 1968, sendo seguida por várias outras histórias. Houve longo intervalo nessa “produção” no início dos anos oitenta (também no caso das HQ). Em 2011, voltei a dedicar-me à elaboração de textos e desenhos.
O que mais o encanta na arte literária?
JAX - Tudo que representa criação exerce grande atrativo em mim. Como nunca tive a menor inclinação ou talento para outras formas de criação, como a música, minha tendência foi apegar-me ao que conseguia produzir e agradar ao público próximo - parentes e amigos que liam meus textos e desenhos, estimulando-me a prosseguir. Além da criação de personagens e situações, a prática literária oferece-me oportunidade de comunicar-me com outras pessoas. Essa possibilidade de comunicação foi especialmente importante na infância e na adolescência, dada minha relativa timidez.
Como foi a escolha do título para o seu livro “Traços e troças”?
JAX - Eu planejava chamar o futuro livro de “Rabiscos”, até saber que um amigo havia lançado obra com denominação quase idêntica. Mantendo a ideia de um trabalho iniciante, em que o autor meio que rabisca suas criações, a opção Traços e Troças pareceu-me adequada, ainda mais porque guardaria perfeita relação com os traços dos desenhos e com o fato de boa parte do conteúdo do livro pertencer ao domínio do humor. Quando me reuni pela primeira vez com os responsáveis pela Editora Lamparina Luminosa, eles também reagiram favoravelmente ao título proposto e assim ficou.
Comente sobre o livro
JAX - Sendo minha primeira aventura de publicação, procurei reunir, no livro, textos e desenhos diversos, de variadas épocas, que possam oferecer um espectro amplo de ideias e experiências que vivi, presenciei ou simplesmente imaginei, embora, no último caso, sempre relacionadas a algo o mais próximo da realidade. A temática cobre desde situações mais corriqueiras, do cotidiano - como o “drama” de um cidadão com sua doméstica, que não coincide com seu senso de arrumação -, até casos que refletem o absurdo da existência humana, em especial a aparente incapacidade das pessoas de alterarem seu destino, sua realidade, como o homem que foi andando até descobrir que estava sem pernas.
Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através dos textos que compõe “Traços e troças”?
JAX - É difícil resumir, mas em geral espero transmitir mensagens positivas, como o valor do amor e da amizade, a necessidade de tolerância, de compreensão em relação ao próximo, sem prejuízo, naturalmente, da igual necessidade de revoltar-se ante a injustiça e os comportamentos desumanos. Procuro apontar, igualmente, a conveniência de encarar a vida com bom humor (desesperar, jamais, como prega uma célebre canção brasileira). Embora meu senso de humor possa assumir, ocasionalmente, matizes de sátira contundente, no mais das vezes busco enfoques mais amenos e descontraídos, em provável sintonia com a relativa ingenuidade dos anos cinquenta e sessenta, tão caros para mim.
Quais os principais desafios para escrita do seu livro “Ibitinema e Outras Histórias”?
JAX - No caso do conto principal, Ibitinema, transformar memórias dos tempos da infância em matéria de interesse para quem vier a ler, pela identificação de circunstâncias ou de personalidades que não se limitam a um ambiente familiar único. Nem sempre é viável dar universalidade a tudo. Procurei equilibrar-me entre o muito específico e o que poderia representar um ou outro aspecto mais geral. Os demais textos foram talvez menos desafiantes. Dão continuidade ao meu propósito de narrar situações e sentimentos variados, além de prestar certo tributo a pessoas (sempre com nomes fictícios) e a lugares que prezo, como o Rio de Janeiro e o bairro da Tijuca, Arraial do Cabo, Pirapetinga e Ibitinema.
De que forma estes desafios foram superados?
JAX - Da forma mais simples possível: relendo e repensando o que escrevia, para evitar erros narrativos e, sobretudo, interpretações equivocadas. Quando se trata de pessoas, sobretudo de pessoas queridas, é importante tomar cuidado para não incorrer em depreciações ou em juízos precipitados. Como gosto, em geral, de dar um tempo para que a narração “decante”, não encontro dificuldade em reler e, quando necessário, refazer o que escrevi antes.
O que mais o encanta nesta obra?
JAX - O fato de dois de meus filhos haverem participado com ilustrações. Além disso, “Ibitinema e Outras Histórias” causaram-me tanta satisfação quanto “Traços e Troças”. São duas obras que evocam saudosas lembranças de amigos e dos tempos vividos nos lugares por onde passei, com destaque para Rio (Tijuca), Ibitinema, Pirapetinga e Arraial do Cabo. Representam, ambas, a concretização do sonho de ser escritor. O segundo livro ainda me permitiu o prazer de lançá-lo no sítio onde se desenrola o conto central, hoje uma bela casa de eventos, o Engenho (pertencente a minhas primas Amélia e Wilmary), e numa linda cerimônia, da Academia de Letras de Pirapetinga, MG.
O que o motivou a escrever crônicas?
JAX - A crônica é um gênero literário que logo figurou em minhas primeiras leituras e que sempre me agradou pela singeleza, bem como pela graça da maioria dos textos lidos. Como carioca que sou, sinto as crônicas indelevelmente associadas à minha cidade (embora célebres cronistas brasileiros não sejam oriundos do Rio). Esse sentimento terá certamente influenciado minha preferência pelo gênero, ao lado da minha tendência à concisão.
Onde podemos comprar os seus livros?
JAX - A Editora Lamparina Luminosa, de São Bernardo do Campo, SP, efetua as vendas por intermédio do seu sítio eletrônico: www.lamparinaluminosa.com
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor JAX. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
JAX - Desejo agradecer à Revista a oportunidade de apresentar-me a seus leitores e solicitar àqueles que se interessarem em ler qualquer uma das duas obras a gentileza de encaminhar eventuais comentários diretamente à editora. Como escritor-cartunista precavido que sou, permito-me encarecer, de antemão, que, por favor, não insultem minha santa mãezinha, nem o meu querido Fluminense F.C., o melhor time de futebol do mundo.
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