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O prazer da criação
Só um supremo onanista em seus múltiplos orgasmos,
Produziria infinitos multiversos e dimensões!...
A consciência, alterada pelo gozo, liberada,
Produzindo essa sonoplastia ininterrupta, cordas,
Sons materializando estrelas, sóis, planetas, gente...
Contumaz, Ele ama pela eternidade,
Nada obstante o homem negue,
Ainda que derrame lágrimas entre beijos e orações.
Comparemos:
Uma gota e um oceano, um abismo entre.
Mas, unidos, não serão o mesmo, Um,
A engolir todas as ridículas filosofias?
O amor esconde os fatos àquele que não ama?
Na verdade, cego é para todas as coisas,
Àquele que não sabe acelerar o vórtice cardíaco.
O amor mesmo, escancara, alardeia,
E é tanto que, tudo que está em cima,
Em réplica, está tudo cá, no mais ínfimo tomo.
Milton Filho... 07.03.17