Poemas : 

Negrito

 
Púrpuro ardente,
artificial,
armadilha por montar.
Sei dum grande gemido,
granulado,
gradual em parte de mim
que procuro;
provocação pura,
prodígio por alcançar.
Alma! - falaram-me -
alta e suturada...
sem saturação,
saturno em face lunar.
Suspenso
em suspensão aquosa
no susto por levar,
aquando da sina maldita
aquário de pedras e cal.





Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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