Poemas : 

Abrigo

 


Abrigo

Não sei quantas vezes me incendiei
Nos labirintos de Vénus,
Quantas vezes caminhei perdido
No emaranhado
Das suas línguas de fogo.
Persegui, exausto,
Na busca da enseada,
Convulso refrigério da lava ardente.

Soltei meus versos de água
Num caudal de rio,
Cadenciados fluidos
Embalados pelo ritmo da maré;
Na foz dessa corrida
Eu estremeço,
Apaziguado,
No gineceu onde me abrigo.


Juvenal Nunes













 
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Juvenal Nunes
 
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