Soneto a Raiva
E se de tão rouca minha voz falhar,
buscarei no silêncio meu conciliar,
não semearei discórdia ofuscante,
como sol velho em pasto verdejante.
A raiva muda, que não é sonora,
vai envenenar a alma e amargar a vida,
mas ao morrer é límpida e inodora,
transcende a água que é cristalina.
Se suspendo o grito e não me resguardo,
calado guardo, achatado e embrulhado
no embaralho da colcha de retalho.
E na calmaria da mente agitada,
pensamento e voz sossegam a raiva,
sutilmente a raiva é que me acalma.
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Pela Lei nº. 9.610 de 19/02/1998.