Se eu nascesse amanhã, talvez minha vida
não fosse tombada, inútil e vã,
e meu olhar, ao ritmo do amor, brilhasse,
se afinal eu nascesse amanhã!
A saudade é o grito de quem parte,
de quem fica, o grito, é solidão ...
Mas se afinal eu nascesse amanhã
teria a dor que tenho no meu coração?!
De que seriam feitos os meus passos?!
Teria a mesma infância - triste e órfã?!
Por certo, seria tudo tão diferente,
se afinal eu nascesse amanhã!
Não me conheço! Nem sei quem sou!
O silencio faz de mim loucura sã
e mais não posso ser do que viver só
nesta dor de não nascer amanhã ...
Ricardo Maria Louro