Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor ]
Me sento no velho banco, a noite é de luar
Meu velho violão, esta comigo, tão calado
Meus dedos, enrijecem, se negam a tocar
Triste como eu estou, o coloco ao meu lado
Acendo um cigarro, mas não o quero fumar
Vejo o bailado da fumaça, se perder no ar
Distante, um Urutago, canta em forma de gemido
Parece que este canto triste, faz dueto comigo.
Sem querer, uma lágrima rola pelo rosto cansado
Vejo que a noite, lentamente, segue seu destino
Meu pensamento a acompanha, eu fico calado
Não quero tocar, cantar, pensar, sou mesmo cretino
Deixo que o pranto, agora solto, corra pelo meu rosto
Para dar alivio ao coração, que um dia, por ti pulsou
Quero com lágrimas lavar, a alma deste meu desgosto
E para sempre, esquecer que um dia, o meu coração te amou....