Poemas : 

Évora Minha

 
Évora Triste
Das arcadas em silêncio
Às histórias dolorosas,
Do destino que persiste,
Da névoa, do mistério
Pelas ruas sinuosas!

Évora fria
Dos olhos tristes ao luar
Numa face que inquieta,
Pois no ar, a fantasia
Faz de Évora ao passar
Um grito de Poeta!

Évora nua
De saudades arreigada
Sempre tão sozinha,
À deriva pela rua
Perdida, sem nada
És Évora Minha!


Ricardo Maria Louro

 
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Ricky
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Enviado por Tópico
Juanito
Publicado: 10/03/2017 11:18  Atualizado: 10/03/2017 11:20
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Mensagens: 3097
 Re: Évora Minha
Belíssimo, estimado Ricardo; gostei imensamenremente do teu poema, do mesmo jeito que gosto de Évora e do Alentejo, e do tom tan magico do azul do seu céu.

Deixo cá um soneto de Florbela, de ela que tanto amava a sua terra e que lá descansa.

Meus parabéns e um abraço.
Juan


Évora! Ruas ermas sob os céus
Cor de violetas roxas ... Ruas frades
Pedindo em triste penitência a Deus
Que nos perdoe as míseras vaidades!
 
Tenho corrido em vão tantas cidades!
E só aqui recordo os beijos teus,
E só aqui eu sinto que são meus
Os sonhos que sonhei noutras idades!
 
Évora! ... O teu olhar ... o teu perfil ...
Tua boca sinuosa, um mês de Abril,
Que o coração no peito me alvoroça!
 
... Em cada viela o vulto dum fantasma ...
E a minha alma soturna escuta e pasma ...
E sente-se passar menina-e-moça …

Florbela Espanca