Olho para um meu lado
Depois para um outro teu
Contam-se pedras de calçada
Passos que dados para cá
O tempo que falta, fado
Mundo feito teu, não meu
Memória falsa, inacabada
Que se diz de adeus, até já
Que esquece o palavreado
Livro desfolhado, ninguém leu
Poesia, prosa de folha rasgada
Tocada em baixo tom, Fá
Deitada ao vento cantado
Pássaros de céu só seu
Do outro lado da rua, fada
Que nua, olhando, lá está
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma