André levantou cheio de sonhos
E resolveu sair na rua cheio de esperança,
De que tudo ia mudar em sua vida,
Antes de colocar o pé no chão quente
Recebeu uma bala perdida na cara,
Mais um morto em minha pátria,
Poucos que agora derramam lágrimas,
Todos os dias o noticiário sangra,
E a reza é a mesma.
Crianças abandonam a escola precária,
Pelas drogas, e muitas vivem feito zumbis pela
Esquina, algumas vendendo,
Outras comprando,
Algumas em dividas,
Outras matando.
O Zé é sinistro, manda muita
Família pra fora de casa,
Enquanto os direitos humanos defende canalhas
Na cadeia, mães de família desesperada.
No planalto, que tem de corrupto,
Um lavando a mão do outro,
Com medo de ser enquadrado,
O assassinato começa no plenário.
Sustentamos o governo,
Eles roubam os nossos direitos,
Nos prometem segurança
Nos metendo o medo,
E a burguesia cada dia nascendo,
Pobre achando ser rico,
Escravo do mercado de trabalho,
Todo dia nasce mais e mais desemprego,
Crescem o imposto,
Investem no carnaval,
Vendedor ambulante marginalizado,
Para o prefeito
Tudo tem de ser registrado,
Pimenta no "sul" dos outros é refresco.
O vocabulário dos garotos estão muito avançado,
Muitos sequer sabem escrever o próprio nome,
O filho da Maria todo dia
Foge da escola.
Muitos trocaram a caneta pelo revólver,
E a página vem sendo muita gente assassinada,
A tinta é sangue,
Deixa dores, marcas profundas
De um vida desgraçada.
Valter Bitencourt Júnior, nasceu em Salvador, Bahia, Brasil, em 25 de junho de 1994, é anarquista, blogueiro, poeta e escritor brasileiro. Filho de Maria Lúcia da Silva e Valter Bitencourt, tem dois irmãos e uma irmã (Vagnei, Leandro e Lucielle).