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em vez de copy e past perguntem ao autor do texto, se porventura , o podem utilizar.
obrigado.
Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.
todas as manhãs corro para dentro do teu útero
Mãe
como uma criança precisando de atenção
piscando os olhos bem abertos
atentos
procurando
o lado de fora o teu mamilo
é- me um verdadeiro pesadelo soletrar o teu nome
o nome que amo muito
Mãe
tenho medo se ninguém me espera
medo que não tenhas ninguém
“com a tua boca cheia de pus e cuspo”
a nossa boca
Mãe
tu
que me ensinaste o sabor das couves-galegas e a paixão pelos grelos frescos
Mãe
a terra que cultivas não será uma ilusão?
confundiram-me como espuma
Mãe
porque me quiseste assim nú
suave como a manhã em que nasci
e eu
adormeci e voltei ao esperma do meu pai
pudera eu construir pássaros como a minha irmã os construía
lembras-te
e ela cortava-me o cabelo
e ela tricotava casacos de lã
haverá amanhã
Mãe
deixar-te –ei descansar por momentos
as mulheres que apanham as batatas de agosto
falam de ti.