Eu beijo a boca da solidão!
E lhe mordo a língua indecentemente...
Escorro saliva, dos meus lábios sem perdão...
Eu beijo e mordo a boca simplesmente!
Eu cuspo o orgasmo d'ambição!
Não quero manchar meu próprio seio...
Não quero gritar desesperadamente, senão
Beijar a mão tão nua em permeio!
Então, já no marasmo das querelas
Saio sorrindo sem medo e agora
Meu beijo é como o gostoso veneno
Que mata, entorpece e em segredo
Eu beijo o meu conflito de outrora
E solto vísceras pelas janelas!
(Ledalge,11 de março de 2008)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)