As brisas dão no meu moinho
ora mansas, ora raivas
ou se se dão com mais vileza
não são brisas no meu moinho,
são ventanias de pai bêbado
sovando as razões do desgosto
que embebem as horas esquecidas...
as brisas giram no pano das pás
depois das revelias... na roda da mó
a fraqueza dos gritos amanhece
branca como a farinha
que um moleiro ventoso o é,
e todos os dias no fim do sono da noite
o sol bate na cal do meu moinho
aguarela vermelha na brisa das pás do vento
enquanto espero as ventanias.