Não é pela grandiosidade do Castelo
Que se mede a nobreza de um ego
Muitas vezes
Ele apenas protege de fragilidades
Mal polidas...
É no frio
Ou no calor escaldante de uma choupana
Que o ego entra em atrito
Com a aspereza
Da ambivalência da vida
É ao provar o gosto agridoce do vínculo
Os espinhos da necessidade de estar conectado
Ao chocar-se vendo quão cruel
É amar do avesso...
Só com pés descalços
Que se aprende:
Não estamos na Terra
Somos ela própria
Ao envergar-se no frio
Que valorizamos o calor de um inimigo
Mais que a paz fúnebre da indiferença
E magoar-se
É uma etapa do estado pleno de vida...
"A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito." Manoel de Barros