Ao judeu marrano
Que viveu fugido,
Que viveu serrano,
Que viveu perseguido
Todo o ano.
Ao judeu marrano,,
Ao judeu da heresia
Que dissimulava converter-se
Mas nunca se convertia.
Ao judeu marrano,
Ao judeu da alheira,
Que a comia de dia,
E fazia na noite inteira.
Ao judeu marrano,
Que foi expulso de Portugal,
Pensavam que faziam bem
Mas só nos fizeram mal.
Ao judeu marrano,
Que de porco deram o nome,
Vale mais ser porco por engano
Que limpo e passar fome.