<br />Quem sabe talvez um dia por descuido ou poesia, venha você me acariciar com sua atenção.E talvez quem o sabe...eu certamente não... volte e tenha a oportunidade, de em estando seu corpo em torno a mim saborear das delicias as vezes, simples as vezes complicadas...mas aquele complicado simples tipo cozinha baiana, em que se misturam fragrâncias, texturas, cores, coisas raras a raras coisas diárias e em juntando, batendo, misturando, dando ponto,cosendo, fermentando, fritando, assando, fervendo, venha a nós o vosso cheiro e ao vosso gosto, a textura desta pele assim como os humores úmidos que deixam marcas, os amores úmidos deixam cicatrizes...que me livrem dos amores secos...sem sobressaltos mas tão sem altos e baixos, e, quentes que tem sabor a nada. Enquanto nós em horas, minutos, saberíamos a quase tudo, naquele gosto gostoso de quero mais...que não se cumpre, e por não cumprir-se fica na boca o gosto e o travo da fruta madura que experimentamos e não comemos toda.
Procurar nesta geografia de carnes quentes pele e textura suaves, fragrâncias diversas, o mais recôndito dos prazeres ansiados e descobrir,que meu prazer é gêmeo idêntico do seu, irmão consanguineo e imortal e assim maior.
Triste a sina de quem assim começa e as vezes termina numa algaravia de tropeços e acertos e desacertos tentando contemporizar as necessidades da vida com as da alma...e quem te acalma e aquece a alma ... já de outros toques e almas se abandona e te abandona na solidão das recordações diárias, horárias,”minutarias”, “secundárias”, coisas da vida...então...minha doce mulher do sorriso maroto, das mãos de caricia da boca macia, das umidades quentes...ficamos na palma a dizer tão e somente...deixa eu dizer...deixa eu
gostar...você me acalma ... me aquece a alma...você me faz...
Um beijo acariciante saudoso de prazeres jamais tidos mas pressentidos, de abraços de coxas, da cabeça no peito do aconchego do seio, do calor da boca, dos braços... há coisas que não se apagam pois se apegam em você como catinga de cheiro bom que quer voltar a ter e repartir sem dividir para buscar prazer em pedaços, em nacos, postas, porções que jamais sejam homeopáticas, mas que possam ser tomadas, comidas, saboreadas, diuturnamente, milhares de
vezes...
Carlos Said