Por qual razão, meu Senhor! A sombra da vossa cruz se estendeu do Gólgota projetando-se na imensidão?
Por que, meu Jesus! Os cravos que vos feriram saltitaram das chagas e ferem a humanidade?
Por qual razão, meu Salvador! A vossa coroa de espinhos deslocou da vossa fronte cingindo a raça humana?
Por que, meu Redentor! A lança que vos trespassou prosseguiu através de vós lancetando a todos nós?
Por quê? Por quê? ...
SERÁ porque Jesus, sendo nosso irmão, o pregamos na cruz sem comiseração?
SERÁ porque o Criador abandonou toda homilia por termos causado dor ao doce filho de Maria?
SERÁ porque nosso Salvador vindo a terra doar carinho, Recebeu de nós como penhor uma cruel coroa de espinho?
SERÁ porque Deus, Além... Nas alturas! Quer punir aos ateus antes da sepultura?
SERÁ porque, sendo filhos, Em algozes nos transformamos? E, vendados aos empecilhos, Na cruz! Jesus... Cravejamos!
Lamentai Israel! Chore o teu sangue, gota a gota... Pingente!Em árida face. Murchai a tua vida, secai as entranhas, lento... Lentamente! Em teu âmago bélico!
Lamentai Israel! Vendai os teus olhos, míopes: Vazados... Em órbitas lacradas! Murchai o teu orgulho emudecendo-te a voz, gaga e rouca... No silêncio da tumba!
Lamentai Israel! O abandono de Deus, passo a passo... Caindo no vácuo! Chorai... Órfã! Às migalhas, farelo a farelo... Do festim do Céu.
Lamentai Israel! A chacina vil, petardos, metralhas... Sobre meninos! Chorai desgraçados, o parir das bombas, impactos, hecatombes... contra os idosos!
Lamentai Israel! O fio da espada, gélido, penetrante... No ventre de mulheres!
Chorai infelizes!Bíblico povo de Deus, trêmulos, hesitantes, agora... Ímpios ateus! Lamentos e lágrimas, purificando a alma: Devagar... Seguidamente!
Pára o puro lapidar!
Recolhei às tuas armas, abriga-te no templo,orando, rezando,redimindo... Dando bom exemplo!
Saneai os teus irmãos!Expurgando os maus, um a um... Todos! Purificando os justos!
Assim, oh Israel! Nação de Deus bendita! Voltarás... Para sempre! Ao seio de Emanuel. Às tuas fronteiras alastrar-se-ão á frente... Circundante! Absorvendo a todos!
Troque armas e munições por alimentos e flores, abraços, apertos de mãos, e a palavra do Redentor! De um povo confinado, transfigurarás em bonança: Parábola/salmos e louvores, frutos da ETERNA ALIANÇA!
***
ISRAEL, por si só, não é culpada por todos os males referenciados no meu humilde texto, A CULPA É DE TODA A HUMANIDADE! Mancomunando com os atos inidôneos em geral, principalmente, A DISCRIMINAÇÃO, de uma forma geral e, em particular, contra os nossos irmãos de cor, conforme se vê no trecho seguinte:
DISCRIMINAÇÃO
(Prece)
Senhor Deus das infelizes! Volvei o olhar ameno para as pobres nutrizes, e degrede o racismo pra profundezas dos infernos! Para vós, não vale as nuanças da pele nem o gládio da fortuna e, sim, o ardor do coração fervoroso, a docilidade do humanismo e o desprendimento da razão!
Senhor Deus dos humanos! Mirai, com o vosso olhar benevolente, a pobre casta de gente vestida em trapos de pano! Deus de todas as raças, de todas as categorias e dos mundos! Lançai vosso brado nas praças, amenizai as alegorias e acautelai os furibundos!
Vós, senhor Deus! Que num penedo transfiguraste-vos em luz tende piedade dos meus, em nome de Jesus! Que a luz irradiada se desdobre em nuanças e componente pára que a nossa pobre gente negra sinta a liberdade!
Toda luz é uma mistura de cores, passando pelo branco e o negro na pele da criatura: semente dos vossos louvores!
Deus, meu Deus! Por qual razão os meus, que, só tem de vós a imagem, insiste em ter o pobre negro na vassalagem, na miséria e na discriminação? Será que para os segregadores só há valorização da pele envoltório da matéria?
Até nos infernos, decantado pelos prosadores, as fauces dos internos são iluminadas pelos fulgores da fogueira eterna, numa mistura de brasa vermelha, carvão preto e corpos suarentos, que, na cisterna do lamento... Hiberna! Entretanto, naquele lugar infernal existe a luz da fogueira imemorial clareando a escuridão do sofrimento e do mal!
Branco, oh branco! Vossa miséria de sentimentos vos faz esquecer que tem nos intestinos um cancro de fezes em matéria purulenta de negros sedimentos! Será que o catarro que esvai dos beiços do crioulo é mais nojento do que o escarro que flui do miolo dos lábios do branco?
O sangue vermelho de um preto sadio irriga os seus brancos ossos e a negra pele sem... Discriminação! Quando é necessário, o mesmo sangue esquece o relho antigo e corre na veia do branco em doação, nesse caso, o banco aceita sem vacilar por estar no umbral da morte e o sangue crioulo o irá salvar!
Meu Deus! Que a vossa bondade perene nos dê luz ao coração em suave liberdade solene estribada nos ensinamentos de Jesus! Que essa luz nos ilumine a alma e o sentimento para entendermos os seguintes argumentos:
Não é só na África que existia o racismo, ele aconteceu no Marxismo, no nazismo da Alemanha, no comunismo e, também, no Cristianismo de barganha!
O escarro que Jesus recebeu no rosto, e que foi o seu vestibular a caminho do calvário, não tinha cor nem gosto, no entanto, os beiços que o defecaram eram rosados e de um branco em desvario!
A LIBERDADE DE CADA UM COMEÇA EXATAMENTE ONDE ACABA O DIREITO DO SEMELHANTE!
Sebastião Antônio BARACHO.
conanbaracho@uol.com.br
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