Não houve um segundo
que eu duvidasse da eternidade
que seria o nosso mundo.
Lamento que não vejas magia
nas pequenas acções, nas discussões
e na porcaria
em que sou tão fecundo...
Dói, uma prisão nas gargantas
da prole dividida nas emoções,
nos afectos, nos gritos e em tantas
ilusões!
Não há a quem agrade
os traumas na criação,
as crianças não são rochas nem plantas...
O futuro verte-se em lágrimas,
não em gritos!
Um pouco de saudade,
um fracasso inevitável...
É estranho que quando construo
o futuro
não o faça contigo!...
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.