Poemas -> Desilusão : 

a ilusão ao contrário

 
Não houve um segundo
que eu duvidasse da eternidade
que seria o nosso mundo.
Lamento que não vejas magia
nas pequenas acções, nas discussões
e na porcaria
em que sou tão fecundo...

Dói, uma prisão nas gargantas
da prole dividida nas emoções,
nos afectos, nos gritos e em tantas
ilusões!
Não há a quem agrade
os traumas na criação,
as crianças não são rochas nem plantas...

O futuro verte-se em lágrimas,
não em gritos!
Um pouco de saudade,
um fracasso inevitável...
É estranho que quando construo
o futuro
não o faça contigo!...


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

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Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/03/2008 18:03  Atualizado: 11/03/2008 18:03
 Re: a ilusão ao contrário
Parabéns amigo por este belo exercício poético. Abraço.