125. Antes escrevia a mão,
126. Errava, apagava e recomeçava,
127. Custei a me acostumar com a digitação,
128. Agora eu digitava e apagava, digitava e apagava.
129. Tenho uma caneta filigrana,
130. Que me custou muita grana,
131. Tenho-a não por vaidade,
132. Mas por pura necessidade.
133. É que por serem caneta-tinteiro,
134. Elas não deformam minha grafia,
135. Que é diferente da minha ortografia
136. De poeta aventureiro.
137. Quero que o leitor desavisado,
138. Compreenda a intenção do verso,
139. Que descubra este vasto universo,
140. Através do subterfúgio por mim utilizado.
141. Que ele consiga desvendar
142. A mensagem criptografada da poesia,
143. E que não tenha medo de revelar
144. A minha verdadeira filosofia.
145. Eu não sou nenhum filósofo,
146. Às vezes, filosofo,
147. Outras vezes, discordo,
148. Poucas vezes concordo.
149. É que dizem que o poeta é um Vate,
150. Um profeta que se bate,
151. Que usa a poesia para alterar destinos,
152. Com seus belos versos finos.