Fosse o que fosse não era tédio
Nas asas loucas do vento
Uma dor sem ter remédio
Um desejo ou um lamento.
Fosse o que fosse não eras tudo
Temos agora a mão fechada
Na verdade não me iludo
Eras tudo sem ser nada.
Fosse o que fosse o coração
Era mais que a dor sentida
E do tédio à solidão
Damos mais sentido à vida.
E afinal este desgosto
Nem uma lágrima me trouxe
Estava em pé mas estava morto
Fosse lá isso o que fosse.
Ricardo Maria Louro