Textos : 

Diario de bordo a bordo

 
Sabado, XXl/I

- Deu tudo certo até agora. Cheguei a pensar que daria tudo zebra. Mas no final como nos bons romances clássicos. Recebi e paguei todos os meus débitos, começando logo pelo meu bom vizinho vizinho, o barbeiro Costa.Subi rumo a antiga ex-parada final. Troquei uma cédula de cem no comercio do filho do finado Helio comprando um caderno de capa dura amarela grande. Depois fui deixar dez reais para Dedé, o betoneira no Bar de Dona Odete numa quebrada do Residencial América do Norte. Fui pagar os cinco reais que devia para Mãe Douce desde dezembro, ela não aceitou e dei-lhe para entregar par o meu filhote. Dei cinquenta para as despesas e o reto enchi a cara,


Domingo, XXII/I

Acordei cedi e dei um passeio pelo mercado vazio. Ontem a noite sai zanzando sem rumo indo até próximo a casa de meu amado filhote, depois não sei. Ainda bem cheguei em casa.

Na lojinha de Cabeludo Edison e de sua madre querida Dona Lea, uma simpática loura que tanto respeito, sentado confortavelmente na cadeira de macarrão e bebendo a primeira lata de Kaiser. Deixei logo paga mais três latas adiantado no Seu Raposo.. Nem me pergunte o que eu fiz com o resto do troco - J'ai gaspillé tout avec la bière - essa vida de poeta errante não dar certo. Cabeludo atende concentrado uma senhora, Dona Lea muda e veste as roupas nos manequins em pé na calçada.

Um pouco alto na tienda de Seu La Sierra que esculhamba Lula.Ele tem uma foto abraçando o ex. Como num poema de James Joyce as carnes expostas e as moscas voejando ao redor. Seu La Sierra vende uma churrasqueira e odor forte de galinha morta.

 
Autor
r.n.rodrigues
 
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