Ainda chutámos bolas e brincámos como crianças que nunca deixámos de ser.
Os cuidados e pressas da vida em breve nos introduziram a novos hábitos e brincadeiras.
Aprendendo depressa as manhas de viver no meio de tantos, os nossos sorrisos em breve se tornaram cumplices de gostosos crimes.
Vi tantas vezes a minha loucura nos teus actos acabando sempre por perdoar a ambos.
Doce vitória a de partilhar alguém sem nunca querer mandar em nada.
As facas,farpas,quedas,doenças,curas e mortes são só as nossas anedotas. E como nos rimos de nós próprios, autênticos bobos tentando disfarçar o horror perante tão triste audiência irrealidade.
Tantas vezes dividimos dores e mutiplicámos alegrias que o futuro será para sempre risonho.
O sangue vertido ou as futuras dores são merdinhas sem jeito nenhum quando comparadas com a risota de hoje.
Sentamo-nos á volta duns charros e um louco mundo novo surge no nosso meio. O olhar assustado dos passantes leva-nos ainda mais longe e em breve estamos sós.
Tu buscando coisas novas para agarrar.
Eu tentando a custo largar aquilo que ainda possuo.
Sem palavras as cordas universais da realidade envolvem-nos e mais perto que nunca sabemos tudo o que precisamos.
Os nossos sorrisos antigos voltam e não falamos por estar esquecida a pureza das palavras antigas. Silenciosos e mais felizes que nunca seguimos. Correndo afastados, na certeza de que aquilo que eu sentir tu vais sentir também, a vida aparece à nossa frente e devoramo-la avidamente.
Rindo, rindo sempre...
Quando os mortos se deitam no meu caminho lembro-me dos meus loucos amigos...E rio....Rio sempre.
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.