Poemas : 

Café da Aldeia

 
Sento-me
e observo
bebendo meu café,
na tascada aldeia.

De manhã
manhã cedo,
é segunda,
sim segunda-feira,
aquele dia diabólico,
que nos consome,
dia indesejado
mas necessário,
como o oxigénio
que respiras.

E sentado,
vejo
seres mundanos,
defuntos em corpos humanos,
que possivelmente esperam,
esperam a morte,
digo isto
porque sente-se
a tristeza,
que eles difundem
em bons dias
satíricos.

O silêncio quebra-se
com o barulho das máquinas a trabalhar,
o moinho
moendo café,
para os defuntos
acordarem para a realidade.

E continuarem a morrer
todos os dias mais um pouco.




Nascimento

 
Autor
T.Nascimento
 
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