Sento-me
e observo
bebendo meu café,
na tascada aldeia.
De manhã
manhã cedo,
é segunda,
sim segunda-feira,
aquele dia diabólico,
que nos consome,
dia indesejado
mas necessário,
como o oxigénio
que respiras.
E sentado,
vejo
seres mundanos,
defuntos em corpos humanos,
que possivelmente esperam,
esperam a morte,
digo isto
porque sente-se
a tristeza,
que eles difundem
em bons dias
satíricos.
O silêncio quebra-se
com o barulho das máquinas a trabalhar,
o moinho
moendo café,
para os defuntos
acordarem para a realidade.
E continuarem a morrer
todos os dias mais um pouco.
Nascimento