Há uma sede em mim que não entendo!
Como se pudesse sentir
Toda a secura das fontes
O grito amargo dos poços
O choro triste das pontes
E tantos, tantos remorsos!
Há uma sede em mim que não entendo!
Sede imensa sem destino
Cujo o destino é dar-me sede
Uma sede que me turva
Que me impele no caminho
E me esbate em cada curva!
Há uma sede em mim que não entendo!
É uma sede de infinito
É uma sede de verdade
Uma sede que vou sofrendo
Uma sede de saudade
Que no fundo não entendo!
Ricardo Maria Louro