ando pelas ruas molhadas sob a noite fria. a cada passo o peso das histórias mal resolvidas e dos sonhos deixados para trás. o toque da noite é frio, futuro mutilado, metades perdidas que eu arrasto pelas ruas. ausência de cores, sonhos impossíveis, um sorriso forjado no rosto. contagem lenta e regressiva dos dias, fome infinita do destino. no túnel escuro das madrugadas as mãos geladas nos bolsos furados, contemplo sombras que gemem, ouço os lamentos do vazio, o amor em lençois encardidos. os loucos não mentem.