SONETO – AÍ DE MIM!
Aí de mim se pudesse arrancar a solidão do meu peito,
E joga-lo contra a correnteza, com certeza, desaparecera o vazio e as lembranças
Aí de mim se no meu peito as ondas beijassem a areia
Não sentiria mais dor, nem saudades, nem lembranças
Aí de mim se a lua abraçasse o mar e aventurasse
Numa ilha onde estaremos só nos dois
Encarcerados pela tempestade do nosso destino
E abraçados no peito do prazer
Aí de mim se pudesse esconder a chama que habita em meu peito
Apagado por ventos de ausência
Que vem de mansinho e leva todas minhas forças
Que dura e efémera vontade de poder estar junto
Que habita em meu peito e castiga-me num beco estreito
Onde só si ouvem gritos de desejo não correspondido.
Adilson Pinto - 16- 01- 2017