A geada de 1955.
No mês de agosto de mil, novecentos e cinqüenta e cinco
Houve uma grande geada que arrasou todos os cafezais.
Esta geada ocorreu em todo o cone sul deste nosso país
E daqueles dias tenebrosos e frios, não esquecerei jamais.
Na véspera desta geada, fui com meu irmão de três anos,
Buscar dois jacás de milho, com uma carrocinha de mão.
Quando enchemos os balaios e voltamos para nossa casa,
Para suportar o frio, aquecemo-nos encima de um fogão.
Naquela tarde gelada caía uma garoa bem fininha e fria.
Parecia que aquele vento do sul, gelava até a nossa alma
E a geada da manhã seguinte, matou o cafezal pela raiz.
À tarde colocamos pratos com limonada, fora no quintal,
Para que nesta noite se transformasse em sorvete natural
E ao saborear este creme, gelava-nos até a ponta do nariz.
Maringá, 30.05.07
verde