INQUIETO
Ei-de bailar com as folhas do caminho,
abraçar o tempo dum tempo que vem,
ei-de me perder e encontrar sozinho,
nos braços correntes, no amor de alguém!
Quando tudo o que restar, já não for nada,
serei o sopro do vento, pelo mundo fora,
por vales e montanhas, beijando a geada,
procurando a luz que me falta agora!
esperam-me as ondas e a espuma de sal,
a soleira da porta e o parapeito,
os riscos no muro a roupa no estendal;
eu não aprendi, a ser doutro jeito!
Serei tempestade, vendaval, furacão,
serei brisa suave pela noite fora,
serei tudo o que puder, mas não…
não quero ser, o que me sinto agora!
Pettendorf
18-06-14
Beija-flor