Quem
Quem é que rouba cada minuto da minha vida?
Quem pode fazer o que se faz?
E a cada noite uma nova fatia perdida
Sempre é mais doída
Como uma mordida de uma boca voraz
Toda noite a terra mal começa a girar
Neste mundo aonde vertigem é suprema
E esta magia por mais que seja pequena
Seca a carne e a alma, destrói o ar.
Quem em mim poderá esta loucura criar?
Quem em mim me lança ao desamparo?
E me tira o claro me jogando na intensa escuridão
Se eu disparo pela rua como um louco alucinado
Como uma última cena de um teatro sepultado
Ecoa em meu carma em minha alma em meu coração
Quem em mim me transcende neste caos de violência
E me remete a finitude deste tempo e deste espaço
Onde a paixão é chama e também barras de aço
Pedaços de uma vida vão ficando nos caminhos
Carcomida desgraçadamente do primeiro ao ultimo passo.
Alexandre Montalvan
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