UTOPIAS
By Dr. Azágua
Sou um galo sem barbatanas
que vomita horas berrando,
Cantando,
Enchendo o pulmão de alegria.
Nas minhas velhas imagens
a chuva faz músicas
Toca as coladeiras que eu sei
Já de cor e salteadas.
As vacas cantam sempre devagar.
Só cantam mornas.
Suas vozes viram paisagens
Sem miradouro.
O vulcão é uma árvore sem folhas
que cresce para além do véu branco;
Pela paisagem,
não sei onde as suas raízes terminam;
Onde quer que elas estejam,
a nossa dor é repartida.
Quando eu morrer, batam os tambores
de todos sabores
com cantos e gritos;
Batam em latas,
para alertar os piratas;
E que venham todos!
Já não somos escravocratas,
Somos todos aristocratas e tecnocratas.
Não, não sou vendedor de utopias...
A fantasia morreu antes mim. E agora?
Façamos uma pausa por um segundo – em silêncio;
Pronto! Chega o momento de meditarmos;
O mundo somos todos nós;
Com sorriso verde
Com cores vivas no horizonte...
Alvíssaras, minha gente! Alvíssaras!
Somou o arco-íris no horizonte!