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Margô_T | Publicado: 02/02/2017 18:18 Atualizado: 02/02/2017 18:18 |
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Re: verbo amar
O céu do entardecer atrai os corpos para a enseada. Aí, o “embalo” das ondas une-se ao “levitar” e, em simbiose com a Natureza, fala-se num verbo primitivo - onde a voragem se expressa com a mesma eloquência com que a onda expressa o seu embate nas rochas através da espuma.
Entrelaçados, os corpos fundirão os tons quentes do entardecer com o solo que pisam, adquirindo novos e aprimorados/aguçados olhares – aguçando, também, o olhar do leitor: será a “fina renda de espuma” a própria espuma da onda, com sua malha desenhada e branca, ou será a “fina renda de espuma” a roupa que se lança à água (e se une às ondas, confundindo-se com a espuma), para que se conceda o verbo? Gosto da ambiguidade das imagens, dando espaço ao leitor para as interpretar e deambular. Destaco a prodigiosa sonoridade do verso “voga a fina renda de espuma” (parece música...) Bjo |